terça-feira, 9 de junho de 2009

Resumo

Toda expressão do pensamento pode ser avaliado em função do grau de contribuição positiva ou negativa à mais importante das atividades mentais, que é a prática da reflexão pessoal dos atos praticados em juizo honesto e solitário sobre seu verdadeiro significado. Este é o pressuposto que aparece estar presente na tomada de posição do Olavo diante de cada produção intelectual, seja aprovando ou reprovando. A importância do conceito de Deus, é que a projeção de uma entidade como alguém que esteja acima de nosso interesse e a quem nos submeteríamos com seu  juízo e sabedoria perfeitos, garantiria uma auto-avaliação imparcial. A importância do livre arbítrio é porque dá sentido ao conceito de responsabilidade pessoal, importante para a auto-avaliação. Portanto, as idéias que negam o reduzem o valor livre arbítrio, que negam a existência de Deus, que sugerem a impossibilidade de fazer uma auto-avaliação imparcial, que negam a possibilidade de que os atos possam ser verdadeiramente valorados, estão em conflito com o pressuposto da filosofia do Olavo. A importância das religiões tradicionais se justificaria pelo modo como estas contribuem pela manutenção desta prática.


A oposição do Olavo ao mecanicismo, é por causa da papel que este cumpre a favor do determinismo que anula a possibilidade do livre arbítrio que reduz a importância da responsabilidade pessoal na auto-avaliação. A oposição do Olavo as teorias que sugerem a impossibilidade do conhecimento, o relativismo radical e toda aquela que impõe limites excessivos ao ato cognitivo, se justifica em função de que tais teorias implicariam em reduzir a importancia da auto-avaliação, já que negaria a efetividade de se poder valorar os atos praticados. A oposição do Olavo a perspectiva racionalista da natureza, se explica na medida em que o racionalismo matemático sugere a possibilidade de planejamento onisciente de toda sociedade humana, o que dispensaria a atividade mental do indivíduo em função da imposição coletiva orientada desde cima.

Portanto, se alguma idéia ou produção intelectual sugere implicações que comprometam essa atividade mental de autoavaliação, é porque em última análise, possui uma motivação imoral que pode estar imanente em algum pressuposto oculto. Essa motivação imoral se manifestaria como um transtorno espiritual implícito se revelaria sob forma de dissonâcias intelectuais, como a paralaxe cognitiva. As dificuldades teóricas pertinentes aos problemas de auto-referenciação,  seriam na verdade a projeção da tendência de uma filosofia comprometida, em rejeitar a importância espiritual da auto-avaliação. 

Falar de Aristóteles


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